A tragédia que vem ocorrendo no Afeganistão, com a tomada do poder pelo Taleban, embora em escala muito menor, vem acontecendo na vizinha Venezuela.
Milhares de cidadãos daquele país vem procurando refúgio no Brasil, principalmente cruzando a pé a fronteira e entrando no estado de Roraima.
Desde junho de 2019, o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) reconhece a situação de “grave e generalizada violação de direitos humanos” no país vizinho; ao final de 2020 mais de 60 mil venezuelanos já haviam se refugiado no Brasil.
Décadas atrás, a Venezuela foi a nação mais rica da América Latina e uma das mais prósperas do mundo. O regime dos ditadores Hugo Chávez e Nicolás Maduro, porém, destruiu a economia venezuelana e lançou nada menos que 96,2% da população à pobreza – e chocantes 79,3% à miséria ou pobreza extrema, condição de quem sobrevive com menos de 1,90 dólar por dia.
Os dados são da Pesquisa Nacional de Condições de Vida 2019-2020, realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica Andrés Bello, publicada em junho de 2021.
Em 2017, um dos anos com o maior número de entradas de venezuelanos em busca de socorro no Brasil, chegaram a cruzar a fronteira 6 mil venezuelanos por mês, ou cerca de 200 por dia, conforme dados da Cáritas Brasil informados, à época, em relatório à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Muitos venezuelanos chegaram a Jundiaí e recebem assistência das irmãs Scalabrinianas - Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo, que atendem refugiados provenientes de diversos países.
É um trabalho meritório, que deve receber nosso apoio – afinal, quase todos temos antepassados que vieram para o Brasil em busca de condições dignas de vida.
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