sábado, 31 de março de 2018

É PÁSCOA : JOÃO, CAPÍTULO 20, VERSÍCULOS 1 A 9

1. No primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus,
bem de madrugada, quando ainda estava
escuro, e viu que a pedra tinha sido retirada
do túmulo. 

2. Então ela saiu correndo e foi
encontrar Simão Pedro e o outro discípulo,
aquele que Jesus amava, e lhes disse: “Tira-
ram o Senhor do túmulo, e não sabemos
onde o colocaram.” 

3. Saíram, então, Pedro e o outro discípulo e foram ao túmulo.

4. Os dois corriam juntos, mas o outro dis-
cípulo correu mais depressa que Pedro
e chegou primeiro ao túmulo. 

5. Olhando para dentro, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. 

6. Chegou também Simão Pedro, que vinha correndo atrás, e entrou no túmulo. Viu as faixas de linho deitadas no chão 

7. e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. 

8. Então entrou também o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo. Ele viu, e acreditou. 

9. De fato, eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele devia ressuscitar dos mortos.   




domingo, 25 de março de 2018

A ANUNCIAÇÃO DE NOSSA SENHORA


Neste domingo celebramos o anúncio feito pelo Arcanjo Gabriel Maria de que, apesar de virgem, ela conceberia uma criança, o Filho de Deus. Gabriel também disse à Maria que deveria chamar a criança de Jesus ("Salvador"). 

De acordo com a Bíblia (em Lucas 1:26), a Anunciação ocorreu no no sexto mês da gravidez de Isabel, prima de Maria e mãe de João Batista.

A Anunciação ocorreu em Nazaré, e segundo a tradição, no local hoje ocupado pela   Igreja da Anunciação.

As primeiras alusões à festa remontam ao Décimo Concílio de Toledo, que aconteceu no ano de 656. O Concílio de Constantinopla (692) proibiu a celebração de festas durante a Quaresma, excetuando-se a Anunciação.  

A Anunciação é um importante tema artístico, como mostra a obra "Ave Maria, cheia de graça", do italiano Sandro Boticelli, pintada ao redor do ano de 1500 e que está no alto deste post. Abaixo, obra do também italiano Simone Martini (1284-1344).

terça-feira, 20 de março de 2018

VOCÊ SABE O QUE SIGNIFICA "KYRIE ELEISON"?


A expressão grega "Kyrie eleison" pode ser traduzida como  "Senhor, tende piedade".

É uma expressão muito antiga, estando   presente na Bíblia (Salmo 51) e  já era utilizada no  século IV pela comunidade cristã de Jerusalém; foi incluída na missa no século V. 

É utilizada não apenas pela Igreja Católica, mas também pelos anglicanos,  luteranos e igrejas ortodoxas. Grandes músicos, como Bach e Mozart, incluíram o Kyrie em suas composições para missas solenes; há também algumas músicas atuais que são cantadas em nossas celebrações que contém a expressão.

Na atualidade quase sempre se diz "Kyrie eleison; Christe eleison; Kyrie eleison"  - Senhor, tende piedade (de nós); Cristo, tende piedade (de nós); Senhor, tende piedade (de nós)".

É uma oração que devemos sempre ter em nossos corações.

sábado, 17 de março de 2018

O CARMELO SÃO JOSÉ

O Monte Carmelo
Conta a tradição que o profeta Elias vivia em uma gruta no Monte Carmelo, próxima à atual cidade de Haifa,  em Israel, seguindo uma vida  de oração e silêncio. 

Nele, e no seu modo de vida, se inspiraram os primeiros religiosos da Ordem do Carmo, que   surgiu no final do século XI, naquela região.  Mais tarde, uma Regra para a Ordem foi  proposta por Santo Alberto, Patriarca de Jerusalém, e aprovada pelo papa Honório III em 1226

Na atualidade, há vários ramos da Ordem do Carmo, dentre eles a Venerável Ordem Terceira do Carmo,   composta  por leigos que se mantém unidos de forma espiritual e fraterna aos  frades contemplativos e às  freiras enclausuradas da Ordem.

Madre Teresa do Menino Jesus
A Ordem está presente em nossa cidade: o Carmelo de São José foi fundado no dia 24 de dezembro de 1944 na cidade de Poá; suas fundadoras, que saíram do Mosteiro de Santa Teresa, em  São Paulo, foram a Madre Teresa do Menino Jesus, as Irmãs Maria do Santíssimo Sacramento e Maria do Rosário e mais três postulantes.

No entanto, não havia em Poá  condições para o Carmelo se desenvolver; com a entrada de uma postulante de Jundiaí e graças ao trabalho do  Monsenhor Artur Ricci, na época vigário decano de nossa cidade, o Mosteiro acabou vindo para Jundiaí, com as carmelitas descalças chegando aqui em 7 de fevereiro de 1950, ficando  instaladas provisoriamente na casa paroquial da então Matriz Nossa Senhora do Desterro, na rua Senador Fonseca 830.
O Carmelo em construção

No mesmo ano de 1950 teve início a construção do Mosteiro no bairro do Anhangabaú tendo em 28 de outubro de 1951 sido inaugurada a primeira ala do Mosteiro com a presença de D. Paulo Rolim Loureiro, então Bispo Auxiliar de São Paulo.


Em 17 de setembro de 1955 deu-se início à construção da Capela e das três alas restantes, que foram inauguradas em  15 de outubro de 1957.

Vale lembrar que a palavra "carmelo" significa jardim, e que um mosteiro ou convento carmelita é usualmente chamado Carmelo.

Mais informações sobre o Carmelo São José podem ser obtidas aqui.

A fachada do Carmelo na atualidade



terça-feira, 13 de março de 2018

HÁ 5 ANOS FRANCISCO É O NOSSO PAPA


Há exatos cinco anos foi eleito o Papa Francisco (em latim, Franciscus), nascido Jorge Mario Bergoglio (Buenos Aires, 17 de dezembro de 1936). É o 266.º Papa, sucedendo a  Bento XVI, que abdicou ao papado em 28 de fevereiro de 2013.

É o primeiro papa latino-americano, o primeiro pontífice do hemisfério sul, o primeiro papa a utilizar o nome de Francisco, o primeiro pontífice não europeu em mais de 1.200 anos e também o primeiro papa jesuíta da história. Consta que escolheu o nome Francisco por sugestão do cardeal emérito de São Paulo d. Claudio Hummes, que pediu a ele que não se esquecesse dos pobres.

O Papa trabalha intensamente, pelos pobres, pela paz e por todos aqueles vítimas de guerras, doenças, injustiça social e outros males que seguem afligindo a humanidade.

Na oração do Angelus do 4º domingo da Quaresma, o Papa invocou a proteção de Maria, Mãe de Misericórdia, para que coloque em nosso coração “a certeza de que somos amados por Deus. Que esteja próxima de nós nos momentos em que nos sentimos sozinhos, quando somos tentados a nos render às dificuldades da vida. Nos comunique os sentimentos de seu Filho Jesus, para que o nosso caminho quaresmal torne-se experiência de perdão, de acolhida e de caridade”.

Ao final do Ângelus, disse o Papa: “Por favor, não se esqueçam de rezar por mim”. Façamos isso pedindo a Deus que dê ao Papa vida longa e produtiva, de forma a que possa continuar conduzindo nossa Igreja.



quarta-feira, 7 de março de 2018

O DIA INTERNACIONAL DA MULHER: MULHERES NA NOSSA IGREJA

Para comemorar o Dia Internacional da Mulher, que ocorre em 8 de março, seria oportuno relembrar algumas palavras do Papa Francisco: 

"A contribuição das mulheres não deve se limitar a temas femininos ou a reuniões apenas entre mulheres. O diálogo é um caminho que a mulher e o homem devem percorrer juntos. Hoje mais do que nunca é necessário que as mulheres estejam presentes";

"As mulheres e as crianças estão entre as vítimas mais frequentes de uma violência cega";

"É  preciso valorizar o papel da mulher".  

Nessa linha de valoriza-las e homenageá-las por esta data, cabe lembrar algumas figuras femininas que tiveram um papel extremamente importante na vida da Igreja. Além dessas, evidentemente não podemos nos esquecer de Maria, a mais importante delas. 



Teresa de Ávila (1515-1582)


A carmelita é provavelmente a mulher de maior destaque em toda a história da Igreja – se descontarmos Maria e outras citadas pela Bíblia. Uma das grandes personalidades da Reforma Católica, período de reação à Reforma Protestante, Teresa foi a primeira mulher a ser declarada Doutora da Igreja, em 1970. Seus textos – Castelo Interior, Caminho de Perfeição e muitos outros – são referência indispensável para a mística e a espiritualidade cristãs. Em vinte anos, fundou 17 conventos. 

Luísa de Marillac (1591-1660)

Luísa prometeu na juventude servir somente a Deus, mas seu tutor a usou em uma manobra política e obrigou-a a casar-se com um membro da corte francesa. Depois de doze anos, Luísa enviuvou e passou a trabalhar com o padre Vicente de Paulo, que pediu para que ela dirigisse os serviços de caridade que um grupo de senhoras realizavam. Anos depois, ela e quatro mulheres fizeram votos de servir a Cristo nos pobres: foi o início das Filhas da Caridade, a primeira congregação de mulheres consagradas não enclausuradas, que têm “por mosteiro a casa do doente, por cela um quarto de aluguel, por claustro as ruas da cidade ou as salas dos hospitais”, nas palavras de Vicente. Em 18 anos, Luísa fundou comunidades em mais de trinta cidades.

Teresa de Calcutá (1910-1997)

O seu nome se tornou sinônimo de bondade desinteressada. Teresa deixou o convento em que morava na Índia para se dedicar aos mais marginalizados da sociedade, devolvendo a dignidade a moribundos abandonados nas sarjetas da cidade de Calcutá. Muitas mulheres se juntaram a ela e a congregação das Missionárias da Caridade se espalhou pelo mundo. Madre Teresa foi reconhecida mundialmente pelo trabalho de sua congregação – recebeu, entre outras honrarias, o Nobel da Paz em 1979. Hoje, a congregação está presente em 133 países com mais de 4.500 religiosas, trabalhando sobretudo junto a refugiados, aidéticos, leprosos e crianças abandonadas, sem distinção de religião, como fez Madre Teresa desde o início.

Chiara Lubich (1920-2008)

Marcada pela experiência da Segunda Guerra Mundial em sua juventude, Chiara Lubich deu início a um projeto centrado na espiritualidade da unidade, o Movimento dos Focolares, hoje presente em 182 países. As suas crenças, que iam ao encontro às necessidades da Igreja em uma sociedade multicultural e multirreligiosa, anteciparam e acompanharam os passos do Concílio Vaticano II. Foi convidada a falar na ONU, no Parlamento Europeu, nos sínodos do Vaticano e a grupos de muçulmanos, judeus, budistas e hindus. Visitando o Brasil, fundou o projeto “Economia de Comunhão”, que reúne diversos segmentos da sociedade empenhados em viver uma cultura econômica voltada para a comunhão, em alternativa ao estilo de vida capitalista.

A todas as mulheres, nossas homenagens, respeito e gratidão.


segunda-feira, 5 de março de 2018

O TEMPLO DE ONDE JESUS EXPULSOU OS VENDILHÕES


O evangelho nos conta como Jesus expulsou, utilizando um chicote,  aqueles que utilizavam o Templo para fazer negócios. O episódio é narrado por João, que afirma ter Jesus dito Tirai isso daqui! Não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio! (Jo 2, 13-25).

O Templo era o principal santuário de Jerusalém;   situava-se no cume do Monte Moriá (também chamado Monte do Templo). De acordo com a Torá (o livro sagrados dos judeus), o Primeiro Templo foi construído no local onde Abraão havia oferecido Isac como sacrifício. O Templo foi construído durante o reinado de Salomão. Esse Templo foi incendiado e destruído pelos babilônios, que levaram os judeus para sua terra como escravos.

Ao voltarem do cativeiro, os judeus começaram a reconstruir o Templo, no mesmo local do original; a construção terminou em    516 a.C. A edificação estava muito desgastada quando Herodes começou a restaurá-la em  18 a.C., tendo as obras terminado no ano 65. Logo em seguida, no ano 70, os romanos destruíram-no - foi desse conjunto de edifícios que Jesus expulsou os vendilhões - abaixo temos uma visão de como era o Templo na época de Jesus.


Na atualidade, resta apenas uma parede do Templo - é o Muro das Lamentações, lugar sagrado para os judeus. Na área onde ficava o tempo, os muçulmanos construíram  uma mesquita, chamada Kubbet es-Sahkra (Domo da Rocha) ou Mesquita de Omar - é a cúpula dourada vista na foto abaixo.

Recentemente, o Padre Márcio Felipe e alguns membros de nossa Comunidade estiveram no local. 




 

sábado, 3 de março de 2018

QUEM ERAM OS FILIPENSES?


Com frequência ouvimos mencionar a carta que São Paulo escreveu aos Filipenses. E quem eram os Filipenses? Eram os habitantes de Filipos, cidade localizada no território da atual Grécia e que na época de S. Paulo pertencia aos romanos.
Ruinas de Filipos
A cidade, hoje em ruínas, foi fundada pelos antigos trácios, tendo sido conquistada por Felipe II, pai de Alexandre, o Grande, no ano 358 a.C. Sua localização era estratégica, por haver fácil acesso ao mar e por controlar a ligação terrestre entre a Europa e a Ásia. 
Foi a primeira cidade da Europa  onde existiram grupos de cristãos e a carta teria sido endereçada por S. Paulo a eles, tendo sido escrita provavelmente, entre 53 e 58 d.C. ;  segundo a tradição, a carta teria sido escrita numa prisão em Roma, embora alguns pesquisadores acreditem ter a carta  sido escrita enquanto Paulo estava preso em Cesáreia ou em Éfeso.
Paulo

Esta afetuosa epístola elogia os cristãos filipenses por sua fé em Jesus. Paulo os orienta a estarem contentes em todas as situações, orarem e seguirem com alegria o exemplo de Jesus Cristo.


Paulo mostra aos filipenses que, mesmo preso ele se alegrava, e que devemos nos alegrar independentemente de quais sejam as circunstancias em que vivemos – esse propósito está em 4:4-7, quando Paulo escreve: Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos. Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor. Não andeis ansiosos por coisa alguma; antes em tudo sejam os vossos pedidos conhecidos diante de Deus pela oração e súplica com ações de graças; e a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus."

quinta-feira, 1 de março de 2018

SÃO MAXIMILIANO KOLBE – UM MÁRTIR DO SÉCULO 20


Rajmund Kolbe, que na vida religiosa adotou o nome de Maximiliano Maria Kolbe, era um missionário franciscano nascido na Polônia em 1894.

Durante muitos anos estudou na Itália, onde foi ordenado em 1918. No ano anterior, junto com outros jovens franciscanos, fundou o movimento Milícia da Imaculada (também chamada de MI ou Exército da Imaculada) dedicado ao apostolado mariano, e que tem como ideal "Conquistar o mundo inteiro para Cristo através da Imaculada". Trabalhou muito pela difusão da Milícia, tendo inclusive viajado ao Japão. 

Maximiliano já havia passado por muitos sofrimentos, desde a morte do pai, enforcado pelos comunistas russos por ter sido oficial do exército polonês, até por problemas físicos trazidos por uma grave contusão sofrida quando jogava futebol.

Logo no início da 2ª Guerra Mundial, os nazistas invadiram a Polônia e em 1941 Maximiliano foi preso e encaminhado ao campo de concentração de Auschwitz. Três prisioneiros fugiram, e em represália os nazistas determinaram que dez prisioneiros deveriam ser encaminhados a uma cela subterrânea, onde deveriam morrer de fome e sede. Um dos escolhidos era Franciszek Gajowniczek, que disse: "não mais verei minha mulher e meus filhos". Sensibilizado, Kolbe oferece-se para ir em seu lugar. Levado à cela, ali liderava cânticos e a oração do rosário; depois de duas semanas, apenas ele e outros três prisioneiros permaneciam vivos, tendo então  sido executados com injeções de   ácido carbólico.

O corpo de Maximiliano Kolbe foi cremado e suas cinzas atiradas ao vento. Numa carta, quase prevendo seu fim, escrevera: "Quero ser reduzido a pó pela Imaculada e espalhado pelo vento do mundo".

Foi canonizado pelo seu compatriota, o Papa João Paulo II, em 10 de Outubro de 1982, na presença de Franciszek, que sobreviveu aos horrores de Auschwitz. 

Sua memória é lembrada em 14 de agosto, aniversário de sua morte em 1941.