Nossa Igreja examina cuidadosamente a vida de uma pessoa a fim de determinar se ela viveu em união com Deus e praticou as virtudes cristãs num grau tão extraordinário que possa ser canonizada, ou seja, declarada santa.
Um dos primeiros grandes passos nesse caminho rumo aos altares é a beatificação. A palavra deriva do latim “beatus“, que significa “abençoado”, “bem-aventurado”; e “facere“, ou seja “fazer, tornar”. Beatificar, portanto, é simplesmente o ato de declarar um indivíduo “bem-aventurado”.
Ser beatificado é o último passo antes de ser canonizado. Para chegar à beatificação, o indivíduo precisará, via de regra, ter um milagre atribuído à sua intercessão – e depois mais um para poder chegar à canonização.
Por isso mesmo, durante o processo de beatificação, o bispo local costuma promover esta causa entre os fiéis encorajando-os a orar e a pedir a intercessão desse servo de Deus.
Um dos tipos mais comuns de milagres obtidos por intercessão é a cura repentina de uma pessoa doente. Para que esta cura seja considerada milagrosa, a doença deve ser grave e impossível (ou pelo menos muito difícil) de curar por meios humanos e não estar num estágio em que possa desaparecer em breve, por si própria.
Nenhum tratamento médico deverá ter sido aplicado, ou deve-se obter a certeza de que o tratamento dado não teve impacto na cura. A cura, além do mais, deve ser espontânea, completa e permanente.
Pode levar muitos anos até que um milagre seja verificado pelo Vaticano, pois centenas de casos são apresentados todos os anos. Nem todos eles são milagres de fato, e, portanto, o Vaticano precisa eliminá-los, determinando quais são autênticos e quais não são.
Além disso, quando um indivíduo é beatificado, este fato normalmente autoriza algumas dioceses a celebrarem a sua vida, o que leva os beatos a serem incluídos em alguns calendários litúrgicos. Somente quando um indivíduo é canonizado é que ele é aprovado para veneração generalizada.
A cerimônia de beatificação não pretende ser uma recompensa para certos homens ou mulheres após a sua morte, mas uma confirmação pública da sua vida santa e da sua união com Deus.
Abaixo, segue foto da Beata Isabel Cristina Mrad Campos, natural de Barbacena, MG, assassinada aos 20 anos ao resistir a um estupro.