quarta-feira, 23 de outubro de 2019

AS CATACUMBAS DE CALISTO: UM LUGAR IMPORTANTE PARA OS CRISTÃOS



Nichos para sepultamento nas catacumbas de Calisto
As catacumbas são cemitérios subterrâneos, usados no passado pelas comunidades cristãs e judaicas, especialmente em Roma. As catacumbas cristãs, que são as mais numerosas, originaram-se no segundo século, e foram lugares de sepultura e onde os cristãos reuniam-se para celebrar os ritos fúnebres,  e os aniversários dos mártires e dos defuntos.

Em casos excepcionais, durante as perseguições, serviram também como lugar de refúgio momentâneo para a celebração da Eucaristia. 

Acabadas as perseguições, sobretudo no tempo do papa São Dâmaso (366-384), as catacumbas tornaram-se verdadeiros santuários dos mártires, centros de devoção e de peregrinação de cristãos de todas as partes do Império Romano.

Também existiam em Roma, naquela época, cemitérios ao aberto, mas os cristãos, por diversos motivos, preferiram os cemitérios subterrâneos especialmente por ser  vivíssimo nos cristãos o sentido de comunidade: eles desejavam estar juntos também no “sono da morte”. Além disso, esses lugares eram apartados, permitindo, particularmente durante as perseguições, reuniões comunitárias reservadas e discretas, permitindo o  uso dos símbolos cristãos.

Em conformidade com a lei romana, que proibia o sepultamento de defuntos no recinto fechado pelas muralhas da cidade, todas as catacumbas estão situadas ao longo das grandes estradas e, geralmente, próximas às muralhas.

São Calisto I
Visitadas recentemente por peregrinos de nossa comunidade (foto ao lado), e situadas na Via Appia Antica, as catacumbas de Calisto são as maiores, mais longas e mais complexas das catacumbas romanas. Construídas entre os anos 250 e 300, suas galerias ocupam uma área de mais de 15 hectares, têm mais de 20 quilômetros de corredores e chegam a 60 metros de profundidade.

Essas catacumbas recebem o nome do então diácono  Calisto (Callixtus), a quem o Papa Zeferino nomeou como administrador deste cemitério; Zeferino transformou essas catacumbas no cemitério oficial da Igreja Romana e é por essa razão que encontramos nela a famosa “Cripta dos Papas”. O Papa Zeferino foi sucedido por Calisto, o 16º Papa, vindo a ser posteriormente canonizado.

Conhecida como “o Pequeno Vaticano”, essa área já preservou os restos mortais de 16 papas e de 50 mártires, dentre estes, Santa Cecília. Nove desses Papas foram enterrados  na Cripta dos Papas, incluindo Ponciano, Antero, Fabiano, Lúcio I e Eutiquiano.

Mas a “Cripta dos Papas”, mostrada em imagem ao final deste post,  rapidamente se encheu no século IV; então, novos Papas tiveram que ser enterrados nas catacumbas próximas; inclusive Calisto, depois Papa Calisto I,  está enterrado na catacumba de Calepódio, juntamente com o Papa Julio I. Outros Papas, como Anastácio I e Inocêncio I estão na na Catacumba de Ponciano, e o Papa Bonifácio I na Catacumba de Santa Felicidade.



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