Quando tinha treze anos, Antônio foi enviado para estudar com os jesuítas, ao lado do irmão José, que já estava no Seminário de Belém, na Bahia. Aos vinte e um anos, Antônio decidiu ingressar na ordem franciscana, no Rio de Janeiro, sendo ordenado em 1762 e transferido para São Paulo, passando a viver no convento de São Francisco.
Em 1768, foi nomeado pregador e confessor do Convento das Recolhidas de Santa Teresa; entre suas penitentes estava a irmã Helena Maria do Sacramento, figura que exerceu papel muito importante em sua obra.
Irmã Helena era uma mulher de muita oração e de virtudes notáveis; tinha visões que relatava ao frei Galvão. Nelas, Jesus pedia que fundasse um novo Recolhimento para jovens religiosas, o que era uma tarefa difícil devido a restrições impostas pelo marquês de Pombal (primeiro ministro de Portugal) às ordens religiosas. Apesar disso, frei Galvão, auxiliado pela irmã Helena, fundou em fevereiro de 1774, o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz, das Irmãs Concepcionistas da Imaculada Conceição.
No ano seguinte, morreu irmã Helena. Problemas com as determinações de Pombal não tardaram a aparecer: chegaram ordens para que o convento fosse fechado, mas frei Galvão manteve-o aberto, mesmo desafiando a autoridade do marquês.
Finalmente, devido à pressão popular, o convento foi autorizado a funcionar e o frei ficou livre para continuar sua obra. Os seguintes quatorze anos foram dedicados à ampliação do convento e também de sua igreja, inaugurada em 1802.
Quase um século depois, esse prédio tornar-se-ia um "patrimônio cultural da humanidade", por decisão da UNESCO; atualmente abriga também o Museu de Arte Sacra de São Paulo, de que já falamos em outro post, sendo conhecido como "Convento da Luz" - é um local de muito fácil acesso e que merece ser visitado; mais informações sobre o local podem ser encontradas aqui.
Com a saúde enfraquecida, recebeu autorização para residir no Convento da Luz, onde faleceu em 23 de dezembro de 1822; a pedido das religiosas e do povo, foi sepultado no próprio Convento.
Frei Galvão foi beatificado pelo papa João Paulo II em 25 de outubro de 1998, e canonizado em 11 de maio de 2007 pelo papa Bento XVI; é lembrado em 25 de outubro, sendo o primeiro santo nascido no Brasil.
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