quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

O PAPA E O PRESÉPIO

No domingo, dia 1º, início do tempo do Advento, o Papa Francisco enviou uma Carta Apostólica aos católicos de todo o mundo a respeito do valor e significado do presépio.

Intitulado Admirabile Signum (Admirável Sinal), o texto foi publicado no mesmo dia em que o Pontífice visitou a cidade de Greccio,  local onde, em 1223, São Francisco de Assis fez o primeiro presépio. 

“Com esta Carta, quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias de prepararem o presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…”, explicou o Santo Padre. 

O Papa lembra  que a cena da natividade de Jesus, como é conhecida hoje, deve-se a alguns pormenores contidos no Evangelho, como por exemplo, no de São Lucas, cuja narrativa diz que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, “teve o seu filho primogênito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria” (Lc 2,7). Em latim, a palavra "praesepium" significa manjedoura. 

O Santo Padre salientou, ainda, que o presépio é um convite a “sentir” e “tocar” a pobreza que escolheu, para si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, “tornando-se, assim, implicitamente, um apelo para o seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento.”

O Papa ressaltou também que, muitas vezes, as pessoas gostam de acrescentar no presépio outras figuras que parecem não ter qualquer relação com as narrações do Evangelho. “Contudo, esta imaginação pretende expressar que, neste mundo novo inaugurado por Jesus, há espaço para tudo o que é humano e para toda a criatura. Do pastor ao ferreiro, do padeiro aos músicos, das mulheres com a bilha de água ao ombro às crianças que brincam… tudo isso representa a santidade do dia a dia, a alegria de realizar de modo extraordinário as coisas de todos os dias, quando Jesus partilha conosco a sua vida divina”, disse Francisco

O Pontífice recorda, ainda, as  figuras dos reis magos, cujos presentes,  entregues ao Menino-Deus, também têm um significado alegórico: “o ouro honra a realeza de Jesus; o incenso, a sua divindade; a mirra, a sua humanidade sagrada, que experimentará a morte e a sepultura”. 

“Ao fixarmos esta cena no presépio, somos chamados a refletir sobre a responsabilidade que cada cristão tem de ser evangelizador. Cada um de nós torna-se portador da Boa-Nova para as pessoas que encontra, testemunhando a alegria de ter conhecido
Jesus e o seu amor; e o faz com ações concretas de misericórdia”, completa o Papa.

Como dissemos em outro post, temos em São Paulo o Museu de Arte Sacra, que tem entre outras preciosidades um presépio napolitano do século XVIII, com 1620 peças - é um lugar que merece ser visitado; o acesso a ele é muito fácil, pode-se chegar a ele caminhando a partir da Estação da Luz. 

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