sábado, 13 de junho de 2020

OS SAMARITANOS, DE QUEM OS EVANGELHOS NOS FALAM

Durante as leituras, na Santa Missa, frequentemente há menção aos samaritanos, algumas das quais lembramos:

- quando os samaritanos não hospedam Jesus por este ser judeu (Lucas 9:51);

- quando Jesus ordena aos discípulos que não entrem nas cidades dos samaritanos (Mateus 10:5);

- a parábola do bom samaritano (Lucas 10:25), que narra como uma pessoa vítima de um ataque de ladrões foi socorrida por um samaritano depois de ser ignorada por judeus  e,

- quando Jesus pede água à mulher samaritana (João 4) e esta se surpreende por ter um judeu se dirigido a ela.

Em todas essas passagens, fica claro que havia uma animosidade entre os judeus e os samaritanos, que inicialmente eram um mesmo povo, mas que se dividiu por razões de divergências de ordem religiosa. 

Outros fatores contribuíram para essa animosidade,  mas  é preciso voltar no tempo para entende-la melhor.

Em torno do ano 600 antes de Cristo, Nabucodonosor II, rei da Babilônia (hoje Iraque) atacou Jerusalém e levou os judeus como escravos para seu reino, onde ficaram até mais ou menos  537 a. C, quando os babilônios foram derrotados pelo rei da Pérsia (hoje Irã) Ciro II, que permitiu aos judeus voltarem à sua terra.

Ali chegando, encontraram os samaritanos vivendo em várias pequenas cidades e povoados que antes pertenciam aos judeus. A partir dai, os dois povos passaram a conviver de forma pouco amistosa, até os tempos de Jesus, já sob o domínio dos romanos.

No ano de 70 depois de Cristo os romanos terminaram de sufocar mais uma revolta dos judeus; mais de um milhão deles morreram, e o Templo de Jerusalém foi destruído, restando apenas o Muro das Lamentações. Os poucos sobreviventes foram expulsos da região. 

Naquela ocasião, muitos samaritanos foram também mortos, mas os sobreviventes continuaram vivendo na área, embora seu número venha progressivamente diminuindo. 

Sua religião ainda tem alguns pontos de contato com o judaísmo e na atualidade  estima-se que sejam pouco mais de 800 pessoas, vivendo nas cidades de Tel Aviv (Israel) e Nablus, na Palestina.  A foto ao lado mostra alguns deles durante uma celebração.




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