terça-feira, 27 de novembro de 2018

É TEMPO DO ADVENTO!!!

O Advento (do latim Adventus, "chegada") , é o primeiro tempo do Ano Litúrgico, no qual antecede o Natal. Para os cristãos, é um tempo de preparação, alegria e expectativa, onde os fiéis, esperando o nascimento de Jesus, vivem o arrependimento e promovem a fraternidade e a paz. Esse tempo corresponde às quatro semanas que antecedem o Natal.

A primeira referência ao "Tempo do Advento" é encontrada na Península Ibérica, quando no ano 380, o Sínodo de Saragoça prescreveu uma preparação de três semanas para a Epifania, data em que, antigamente, também se celebrava o Natal. Esse  tempo passou também para as igrejas reformadas, em particular a Anglicana, a Luterana, a Metodista e a Batista, dentre  outras. A igreja Ortodoxa tem um período de quarenta dias de jejum como preparação para o Natal.

O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor.

O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo,  a CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.

Os paramentos são de cor roxa,  como sinal de recolhimento e conversão em preparação para a festa do Natal. A única exceção é o terceiro domingo do Advento, o Domingo  da Alegria, no qual a cor tradicionalmente usada é o róseo (de que já falamos em outro post), em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do Salvador que está bem próxima. Também os altares são ornados com rosas da mesma cor. 

Tradicionalmente o primeiro dia do Advento  é o dia em que são montados o Presépio e a Árvore de Natal. O Advento tem outros símbolos próprios, como  a Coroa do Advento, que é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento.   

A cada domingo uma vela é acesa;   até serem acesas as 4 velas no 4° domingo. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo Salvador e Luz do Mundo, brilhará para toda a humanidade, e representa também nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. 

A Coroa é uma tradição recente, que surgiu na Alemanha - uma interessante história acerca de sua origem pode ser vista aqui.

Vamos viver esse tempo!

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domingo, 25 de novembro de 2018

EM 25 DE NOVEMBRO, LEMBRAMOS SÃO JOÃO XXIII

Nasceu no dia 25 de novembro de 1881 em Sotto il Monte, diocese e província de Bérgamo (Itália), e nesse mesmo dia foi batizado com o nome de Angelo Giuseppe; foi o quarto de treze irmãos, nascidos numa família de camponeses. Ao seu tio Xavier, ele mesmo atribuiu a sua primeira e fundamental formação religiosa. 

Foi ordenado em 1904, atuando fortemente na região de Bérgamo, onde era secretário do bispo; trabalhou como professor, desenvolveu obras sociais, escrevia para a imprensa e era um pregador muito solicitado, pela sua eloquência elegante, profunda e eficaz.

Em 1915, quando a Itália entrou em guerra, foi convocado como sargento, atuando como capelão e ajudando a cuidar dos soldados feridos - a foto ao lado mostra-o nessa época. 

Transferido para Roma prosseguiu com seu trabalho, sendo em 1925 nomeado bispo e transferido para a Bulgária, permanecendo naquele país até 1935. A seguir, foi para a Grécia, onde se encontrava quando começou a Segunda Guerra Mundial, que devastou aquele país. Trabalhou muito junto aos prisioneiros de guerra e salvou muitos judeus com a "permissão de trânsito" fornecida pela Delegação Apostólica, que os permitia fugir dos nazistas. Em 1944 Pio XII nomeou-o Núncio Apostólico em Paris, onde também ajudou os prisioneiros de guerra e trabalhou pela normalização da vida eclesial na França. 

Em 1953 foi criado Cardeal e enviado a Veneza. Depois da morte de Pio XII, foi eleito Papa a 28 de Outubro de 1958 e assumiu o nome de João XXIII. O seu pontificado, que durou menos de cinco anos, apresentou-o ao mundo como uma autêntica imagem de bom pastor. 

Manso e atento, empreendedor e corajoso, simples e cordial, praticou cristãmente as obras de misericórdia corporais e espirituais, visitando os encarcerados e os doentes, recebendo homens de todas as nações e crenças e cultivando um extraordinário sentimento de paternidade para com todos. 

O seu magistério foi muito apreciado, sobretudo com as Encíclicas "Pacem in Terris" e "Mater et Magistra". Seguiu trabalhando muito: convocou o Sínodo romano, instituiu uma Comissão para a revisão do Código de Direito Canônico e convocou o Concílio Ecumênico Vaticano II.  A foto ao lado, mostra-o assinando a "Pacem in Terris". 


O povo viu nele um reflexo da bondade de Deus e chamou-o "o Papa da bondade". Sustentava-o um profundo espírito de oração, e a sua pessoa, iniciadora duma grande renovação na Igreja, irradiava a paz própria de quem confia sempre no Senhor. Faleceu na tarde do dia 3 de Junho de 1963

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

RAFAEL DE SÃO JOSÉ, UM SANTO QUE RECUPEROU A FÉ

Józef Kalinowski nasceu em 1º de setembro de 1835 em Vilna, capital da Lituânia. De família  nobre, era filho de Andrzej Kalinowski, professor, e de Józefina Połońska, que morreu quanto Jozef era ainda muito criança.

Na época, a Lituânia pertencia à Russia, e Jozef foi estudar na Academia Militar em São  Petersburgo, na Russia.  Durante seus estudos acabou vivenciando uma crise que o levou a perder a fé, mas seus  dotes morais e  inteligência levaram-no a avançar muito na carreira militar - a foto ao lado mostra-o nessa época.

Era uma época muto conturbada em termos políticos; em   janeiro de 1863 assumiu o cargo de ministro da guerra da Lituânia, que lutava para tornar-se independente. Nessa época, muito influenciado por Sophie Puttkamer, com quem seu pai havia se casado após enviuvar pela segunda vez, reconciliou-se com a fé e  iniciou uma vida de intensa espiritualidade e devoção a Jesus, José e Maria.



Os lituanos perderam a guerra e ele acabou prisioneiro. Foi deportado para a Sibéria, levando consigo apenas o Evangelho, o livro "Imitação de Cristo" e um crucifixo, presente de uma de suas irmãs. Foi condenado à morte, mas teve a pena comutada para dez anos de trabalhos forçados.


Após cumprir a pena, foi libertado e repatriado, entrou na Ordem dos Carmelitas Descalços, em 1877, aos quarenta e dois anos de idade. Tomou o nome de Rafael de São José em 1882, quando foi ordenado - a foto ao lado mostra-o vestindo o hábito carmelita.

Distinguiu-se no zelo pela unidade da Igreja e no apostolado infatigável do sacramento da reconciliação. Foi trabalhar no Convento de Cezerna, na Polônia, país em que fundou diversas comunidades.

Foi considerado o grande restaurador da Ordem dos Carmelitas na Polônia e morreu no dia 15 de novembro de 1907, em Vadovice, cidade natal do papa João Paulo II, que o canonizou em 1991. 

A festa em memória a São Rafael de São José acontece no dia 19 de novembro.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

SÃO FRANCISCO DE ASSIS NÃO ERA PADRE. VOCÊ SABIA?


Nascido Giovanni di Pietro di Bernardone, São Francisco de Assis (1182 - 1226), depois de uma juventude agitada e mundana, voltou-se para uma vida religiosa de completa pobreza, fundando a ordem dos Franciscanos, que renovou o Catolicismo de seu tempo. 


Tornando-se um pregador itinerante, quando os religiosos de seu tempo costumavam fixar-se em mosteiros, e com sua crença de que o Evangelho devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Cristo, desenvolveu uma profunda identificação com os problemas de seus semelhantes, dedicando-se aos mais pobres dentre os pobres, amando a todas as criaturas, chamando-as de irmãos. 

Dante Alighieri, o mais famoso dos escritores italianos, disse que ele foi uma "luz que brilhou sobre o mundo"; para muitos é a maior figura do Cristianismo desde Jesus.

Vista da Basílica de S. Francisco, em Assis, cuja construção iniciou-se em 1228
Sua posição como um dos grandes santos da Cristandade se firmou enquanto ele ainda era vivo, e permanece inabalada. Foi canonizado em 1228, menos de dois anos após falecer, e por seu apreço à natureza é mundialmente conhecido como o santo patrono dos animais e do meio ambiente.



Curiosamente, embora fosse altamente qualificado, Francisco escolheu permanecer como diácono e não se tornar um sacerdote, embora tenha durante toda a vida demonstrado muito respeito pelos sacerdotes. Francisco frequentemente dizia: “Se eu visse um anjo e um sacerdote, dobraria meu joelho primeiro ao sacerdote e depois ao anjo”. Ele sabia que os padres foram designados por Deus para um propósito especial.

Em sua humildade, sentia-se indigno de subir os degraus do altar e invocar o poder de Deus para realizar o milagre da Eucaristia. Sua memória é reverenciada no dia 4 de outubro.

domingo, 4 de novembro de 2018

O SANTO QUE DEU NOME AOS DIAS DA SEMANA

Na língua portuguesa os dias úteis da semana (de segunda a sexta) são designados de forma totalmente diferente do que nos demais países europeus e em outros que adotam as línguas desses países.

Exemplo típico são os países de língua espanhola: a segunda-feira é chamada lunes, dia da lua; a terça-feira é martes, dia de Marte; a quarta-feira miercoles, dia de Mercúrio; a quinta-feira chama-se jueves, em alusão a Júpiter; e a sexta-feira viernes, dia de Vênus. Esses nomes são alusivos a deuses pagãos da civilização romana. Da mesma forma, os idiomas francês, inglês, italiano e alemão utilizam os nomes da raiz pagã. 

Em algumas nações, fortemente marcadas pelo cristianismo, escaparam os dias de descanso que tomam os nomes ligados ao preceito religioso: o sábado, que recorda o “Sabat” judaico (Deus descansou ao sétimo dia) e o domingo, do latim dominus, que quer dizer dia do Senhor, em alusão à ressurreição de Jesus Cristo. Apesar disso, nos países de língua inglesa, o domingo é chamado sunday, que quer dizer dia do sol.


O  responsável pelo fato da língua portuguesa adotar um sistema diferente, sem referências ao paganismo,  foi São Martinho de Dume. Martinho era natural da Panônia, província romana situada no território da atual Hungria, tendo nascido presumivelmente no ano de 520. 

Este santo foi bispo da cidade portuguesa de Braga, de 562 a 579, numa época conturbada em termos religiosos.  Martinho conseguiu converter ao cristianismo o rei suevo Charrarico, um monarca de origem germânica, cuja corte se situava em Braga, e, desta forma, conseguiu converter toda a região. 

Era um homem muito eloquente e sábio que procurou livrar o povo de influências pagãs,  incoerentes com a fé em Jesus Cristo. Dentro desta “limpeza” se inclui a dos dias da semana - Martinho conseguiu mudar o nome dos dias úteis, que eram chamados dias feriais - dias em que ocorriam feiras e os comerciantes faziam sua ferias.

Assim, o dia da lua passou a ser a feria secunda, o dia de Marte a feria tertia e o dia de Mercúrio a feria quarta, e assim por diante.  O primeiro dia da semana é o domingo, no qual se recorda a ressurreição de Cristo. Por isso, a segunda-feira é o segundo dia semanal, ficando bem clara a marca cristã nas denominações quotidianas.

São Martinho de Dume é o padroeiro da arquidiocese de Braga, onde está sepultado e sua memória é celebrada pela Igreja no dia 20 de março.