O Apóstolo Tomé (ou Tomás) foi um dos doze originalmente escolhidos por Jesus, segundo os Evangelhos e os Atos dos Apóstolos.
Detalhe de obra do pintor italiano Caravaggio (1571-1610) |
Como vimos no Evangelho do primeiro domingo depois da Páscoa (João 20:19-31), Tomé não estava presente quando Jesus apareceu aos Apóstolos pela primeira vez logo após a ressurreição; quando lhe contaram, Tomé duvidou, e disse "se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de modo algum hei de crer".
Segundo João, "Oito dias depois estavam outra vez ali reunidos seus discípulos e Tomé com eles. Estando as portas trancadas, veio Jesus, pôs-se em pé no meio deles e disse: A paz seja convosco. Em seguida disse a Tomé: chega aqui o teu dedo e olha as minhas mãos; chega também a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. Respondeu Tomé: Senhor meu e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram".
Segundo textos escritos durante a Idade Média, Tomé teria sido a única testemunha da Assunção de Maria aos céus, ocasião em que ela teria dado seu cinto a ele. Invertendo o que acontecera quando da ressurreição, os apóstolos só acreditaram no relato de Tomé quando viram a tumba vazia e o cinto.
Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram o cristianismo pela Grécia e Roma, Marcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado o cristianismo à Índia.
Da mesma forma que se acredita que Pedro e Paulo disseminaram o cristianismo pela Grécia e Roma, Marcos pelo Egito e João pela Síria e Ásia Menor, Tomé teria levado o cristianismo à Índia.
As tradições católica e ortodoxa e narrações de católicos nativos de Malabar (região do litoral hindu), relatam a missão evangelizadora e o martírio de Tomé na região. De fato, no século XVI os portugueses que chegaram à região disseram ter descoberto a cripta do santo, suas relíquias e, inclusive, um pedaço de uma das lanças com as quais fora morto, com o sangue ainda coagulado. Acrescente-se a isso o fato de que todos os antigos martirológios mencionam a ida de São Tomé à Índia, sua pregação e seu martírio, transpassado por lanças empunhadas por hindus.
A Basílica de S. Tomé, em Chennai |
Um fato recente e muito curioso foi quando do tsunami de dezembro de 2004 que devastou toda aquela região: o templo, situado em Chennai (Madras) que guarda as relíquias ficou imune às ondas gigantescas que destruíram todas as construções adjacentes, tendo permanecido intacto. Uma antiga tradição afirma que um poste fixado pelo apóstolo limitaria até o fim dos tempos as águas do mar, que jamais o ultrapassariam. Este poste existe até os dias atuais e se localiza exatamente na porta principal da igreja que guarda suas supostas relíquias. Isto deixou os hindus desconcertados e os mesmos prometeram não mais perseguir e discriminar os cristãos daquela região; São Tomé é o padroeiro da Índia.