São poucos os dados precisos sobre a vida de Cristóvão. Sabe-se que era um homem alto e musculoso, extremamente forte e recebera de seus pais o nome de Reprobus.
Nascido na Palestina seguiu a carreira militar. A certa altura da vida, passou a buscar a Deus; um eremita o orientou a praticar a caridade para servir ao Todo Poderoso. Passou a viver às margens de um rio onde não havia ponte e onde várias pessoas haviam se afogado; transportar as pessoas de uma margem à outra era a forma que encontrou para servir a Deus.
Certo dia, transportou um menino. Mas conforme atravessava o rio, a criança ia ficando mais pesada e só com muito custo e sofrimento ele conseguiu depositar com segurança o menino na outra margem. Então perguntou: "Como pode ser isso? Parece que carreguei o mundo nas costas". O menino respondeu: "Não carregou o mundo, mas sim a seu Criador". Assim Jesus se revelou a ele e o convidou segui-lo.
O gigante mudou seu nome para Cristóvão, que significa algo próximo a "carregador de Cristo", e passou a peregrinar levando a palavra de Deus. Foi à Síria, onde sua figura espetacular e nada normal chamava a atenção e atraía quem o ouvisse. Ele, então, falava do cristianismo e convertia mais e mais pessoas. Por esse apostolado foi denunciado ao imperador Décio, que o mandou prender - Décio decretara uma perseguição total aos cristãos.
O Imperador Décio |
Mas não foi fácil prende-lo, não por causa de sua força física, mas pelo poder de sua pregação. Os primeiros quarenta soldados que tentaram prendê-lo converteram-se e por isso foram todos martirizados. Depois, quando já estava no cárcere, mandaram duas mulheres, Nicete e Aquilina, à sua cela para tentá-lo. Elas também abandonaram o pecado e foram batizadas, sendo igualmente mortas. Foi quando Décio, muito irado, mandou que ele fosse submetido a suplícios e em seguida morto. Cristóvão foi então espancado, flechado, atirado ao fogo e por fim decapitado. Corria o ano de 250; no ano seguinte, Décio foi morto em batalha contra os bárbaros.
Cristóvão é popularmente conhecido como o protetor dos viajantes e dos motoristas. Apesar de a Igreja aprovar a devoção a Cristóvão, listando-o entre os mártires venerados em 25 de julho, em 1969, ela removeu seu dia festivo do calendário de santos, argumentando que há poucos fatos confirmados sobre a vida e a morte de Cristóvão.
Em São Paulo, na Avenida Tiradentes, próximo à Estação da Luz, há uma igreja dedicada a São Cristóvão. Essa igreja fazia parte do complexo do antigo Seminário Arquidiocesano da capital, cujo prédio hoje é ocupado por estabelecimentos comerciais, especialmente lojas de vestidos de noiva, próximo à Rua São Caetano.