quinta-feira, 14 de maio de 2020

S. CARLOS BORROMEO E AS CRUZES DA PESTE EM MILÃO

A região de Milão, na Itália, foi atingida muito fortemente pela pandemia. Esta não foi a primeira vez que a área foi atingida por um mal como esse: na década de 1570, um forte surto de peste atingiu Milão e arredores, matando 30% da população.

Mais tarde, a epidemia foi batizada de “Praga de São Carlos”, lembrando São Carlos Borromeo, na época arcebispo de Milão e que desempenhou um papel muito importante no cuidado dos doentes e de suas famílias. Ao contrário das autoridades civis, o arcebispo não deixou a cidade, mas ficou para coordenar o combate à peste; chegou a doar suas roupas para o atendimento aos necessitados.

Como agora, São Carlos ordenou que as igrejas fossem fechadas por razões de saúde pública, mas  não descuidou da parte espiritual, tendo determinado a construção de altares ao ar livre, do lado de fora de cada igreja, de forma  que  os fiéis podiam acessar o altar sem colocar em risco sua saúde e a de outras pessoas.

Quando aquela peste chegou ao fim, esses altares foram removidos e as pessoas puderam voltar às igrejas, como esperamos que possa acontecer em breve. Mas, no lugar dos antigos altares externos, os cidadãos ergueram as chamadas “cruzes da peste”, como símbolo de gratidão pela ajuda de Deus durante aquele período.

Hoje, algu
mas das “cruzes da peste” ainda existem em cidades como Brugherio, localizada a 20 quilômetros de Milão. Fica na Piazza Roma, defronte à igreja; construída sobre uma base de pedra branca, a cruz de cobre têm gravadas inscrições em latim que atribuem o fim da praga à compaixão de Jesus.

Talvez, ao final da pandemia, pudéssemos deixar no Santuário um sinal de nossa gratidão a N. S. Aparecida pelos cuidados que tem tido conosco.

Vale lembrar que São Carlos   fundou seminários, construiu hospitais e destinou as riquezas de sua família ao serviço dos pobres. Defendeu os direitos da Igreja contra os poderosos e instituiu uma nova congregação de sacerdotes seculares, os Oblatos. Seu lema tinha uma única palavra: "Humilitas" -  humildade, que o impulsionou a renunciar a si mesmo para fazer-se servo de todos. É o padroeiro dos seminaristas e catequistas.

Dele disse Bento XVI: "sua figura destaca-se no século XVI como modelo de pastor exemplar pela caridade, doutrina, zelo apostólico e sobretudo, pela oração".




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