quarta-feira, 29 de abril de 2020

RELIGIÃO, CIÊNCIA E PSEUDOCIÊNCIA

Pe. Gregor Mendel, agostiniano,
 o Pai da Genética 
Apesar de muitos dizerem que religião e ciência são incompatíveis, isso pode ser facilmente desmentido pelo fato de haver uma grande quantidade de cientistas católicos, sendo alguns santos, além de religiosos e leigos responsáveis por grandes descobertas - imagens de alguns destes cientistas ilustram este post.  Existe inclusive no Brasil a Sociedade Brasileira de Cientistas Católicos (SBCC).

No momento que estamos vivendo, nossa confiança deve estar depositada apenas em Deus e no trabalho dos cientistas; tem aumentado exponencialmente o número de curiosos, políticos, gurus e terapeutas de diversas linhas alternativas, nem sempre honestos, que tem proposto a adoção de práticas e remédios para combater a COVID-19; a situação chegou a tal ponto que Donald Trump sugeriu a injeção de desinfetantes, e, o que é pior, alguns seguiram a recomendação e morreram.

Pe. Bartolomeu de Gusmão, 
pioneiro da aviação
Essa explosão de desinformação, que a Organização Mundial da Saúde chama de “infodemia”, chamou a atenção de cientistas sérios que passaram a combatê-la, como o professor Timothy Allen Caulfield, da Universidade de Alberta, no Canadá, que é especialista em questões legais, políticas e éticas ligadas à pesquisa médica.

Para Caulfield, devemos deixar de tolerar a pseudociência (informações mentirosas aparentemente validadas pela ciência) especialmente em universidades e instituições de saúde famosas, como a Cleveland Clinic, de Ohio, que legitimam práticas não científicas como o reiki, que pretende “balancear a energia vital que flui através de todas as coisas vivas”...

Ir. Mary Kenneth Keller, 
pioneira da computação
Também é necessário combater propostas de quiropatas, naturopatas, herbalistas, consteladores, “terapeutas holísticos” e outros, versões modernosas das benzedeiras do tempo de nossas avós, que estão oferecendo produtos e serviços destinados a combater a pandemia – precisamos reconhecer que ajustamentos da espinha dorsal, alinhamentos dos chakras, injeções de vitaminas e práticas similares são absolutamente inúteis para esse fim. 

Talvez essas coisas possam funcionar como placebos e aliviar a tensão dos doentes, mas em termos práticos atrapalham o desenvolvimento da pesquisa científica séria e confundem as pessoas leigas, ao misturar conceitos díspares como física quântica, células tronco e outros.

Pe. Landell de Moura, jesuíta,
pioneiro do rádio e do telégrafo
Em tempos onde há pessoas que são contra vacinas ou negam que o clima está mudando, pode parecer difícil combater a desinformação gerada pelos algoritmos que governam as redes sociais e por celebridades de diversas áreas não ligadas à ciência e que acabam divulgando pseudociência.

Esperemos que um dos legados da pandemia seja o reconhecimento de que tolerar a pseudociência pode fazer muito mal a todos, além de aumentar nossa confiança em Deus, pois só Ele, iluminando os cientistas e nos guiando,  poderá livrar-nos desse mal. 

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